sábado, junho 18, 2005

Os extremos revelam algumas virtudes do meio

Não se pretende uma identificação com qualquer extremo político, porque nesses extremos enraíza-se a fixidez do fundamento que impõe ao mundo uma verdade que não é mais que a presentificação do visível, quando de facto o verosímil (o único possível – a verdade curvada pelo tempo) esconde-se no invisível desvelado no horizonte da relatividade do tempo e do ser que nele se vai fazendo. Politicamente, tanto na direita como na esquerda, existem extremos - as chamadas extrema-direita e extrema-esquerda. Refere-se esta realidade porque a consideração destes dois dogmas serve para distinguir a esquerda e a direita, e revela uma das razões pelas quais alguém se poder afirmar de esquerda e não de direita, apesar do reconhecimento de um cada vez maior datamento desta diferenciação. Assim, visionando e ouvindo na TV as declarações de um representante da organização de extrema-direita Frente Nacional, por razões de uma sua manifestação no Martim Moniz, facilmente se percebe porque é que a esquerda, mesmo levada ao extremo, é preferível à direita - o extremo desta é, ainda assim, mais estúpido, revelando tendências do ameno menos virtuosas.